Monday 20 May 2013

Hotaru no Hikari - Season 1




Título Original: ホタルノヒカリ
Actores: Ayase Haruka, Fujiki Naohito e Kato Kazuki
Ano de Estreia: 2007 (NTV)
Nº de Episódios: 10 (c.45min.)


Sinopse:

Hotaru trabalha para uma grande empresa de decoração de interiores, uma típica OL (Office Lady), mas por detrás do trabalho glamorodo de Hotaru a sua vida privada é o completo oposto da imagem que passa fora de casa.

Amemiya Hotaru vive sozinha, e quando não está a trabalhar adora preguiçar de fato de treino na sua casa alugada. Não está minimamente interessada em homens, ou sair, o alpendre da sua casa é o seu mundo... de facto, ela não se interessa por nada, nada que dê muito trabalho. O seu mote é "I'd rather lay around than fool around".



O senhorio de Hotaru é o dono de um bar, e numa noite de copos, ele e Hotaru combinam um contrato de arrendamento "para sempre"... um dia o filho do senhorio sem saber deste acordo e depois de se separar da mulher, decide ir viver para a casa dos pais. Para sua surpresa encontra a casa em caos e no meio desse caos encontra a empregada Hotaru.

Comentário:
Baseado no manga homónimo - Hotaru no Hikari - este drama de 10 episódios leva-nos numa viagem pela vida de Amemyia Hotaru uma jovem mulher com cerca de 20 anos no Japão dos nossos dias.

Antes de mais devo dizer que tenho um especial carinho por esta série. Foi provavelmente das primeiras séries japonesas que vi, algures em 2009 e devo dizer que o amor foi imediato.


A identificação com a personagem principal, Amemyia Hotaru, interpretada por uma das actrizes mais talentosas do Japão, Ayase Haruka (JIN, Ichi) é imediata e duvido que encontre alguma mulher que não se tenha sentido um pouco como Hotaru em alguma fase da sua vida.

Aquando da exibição da série, o êxito foi tal que deu origem a uma segunda temporada exibida em 2010 e no ano passado saiu um filme. Devo relembar que no Japão (e países orientais com produção televisiva deste nível como China e Coreia do Sul) a "ocidental" tradição de infindáveis temporadas não acontece e geralmente as séries têm um número predefinido de episódios e ficam por aí. As histórias são trabalhadas pra um número finito de episódios pré-estipulados o que permite aos espectadores acompanharem histórias do principio ao fim e sem grandes desvios ao plot original.

Hotaru foi das primeiras a voltar para uma segunda temporada.

Um dos pontos fortes desta série é sem dúvida a química e a relação entre Hotaru e o seu chefe, Takano Seiichi (interpretado por Fujiki Naohito).




O terceiro vértice deste triângulo amoroso, Teshima Makoto (interpretado por Kato Kazuki) faz com que Hotaru finalmente tenha motivação para se destacar por entre a equipa do seu departamento e tente conquistar o recém-chegado Makoto. Aqui uma pequena nota, quanto à inexperiência do actor escolhido para ser o interesse amoroso da protagonista, a inexpressividade de Kazuki impede a criação de qualquer empatia com o personagem. Fica o after-thought, se esta postura/atitude é ou não intencional.
A forma insinuada e discreta como a relação entre Takano e Hotaru se desenvolve, é O ponto forte da série, foi das coisas que mais me tocou e que ainda hoje me faz voltar à série. A força que os dois transmitem um ao outro de forma inconsciente apesar das constantes discussões por causa do caos e da desarrumação de Hotaru.

Com a ajuda de Takano, a protagonista deixa para trás uma vida de himono-onna (himono é o nome que se dá ao peixe seco e onna é mulher em japonês) e passa a ser uma rapariga admirável que compete pelo homem que ama.





Na minha opinião, o sucesso de Hotaru reside 1º na relação e química entre os protagonistas; 2º no retrato da vida de uma OL, admirável e composta sem espaço para serem elas mesmas devido às pressões sociais e ao estereótipo da mulher perfeita dentro e fora de casa que ainda hoje os japoneses cultivam. Hotaru no Hikari mostra que uma mulher competente no seu emprego pode usar fato de treino e relaxar em casa, bebendo directamente da lata a sua cerveja favorita.

Apesar do humor e da forma um pouco leviana como é abordada a temática, Hotaru no Hikari não deixa de ser uma forma inteligente de crítica à forma como a sociedade japonesa espera que uma rapariga se comporte e apresente.

Uma história escrita por uma mulher, sobre uma mulher e para mulheres...

Classificação: 9,5/10

Friday 3 May 2013

Jin - Season 1




Título Original: JIN-仁-
País de Origem: Japão
Ano de Estreia: 2009 (TBS)
Actores: Osawa Takao, Ayase Haruka, Nakatani Miki
Nº de Episódios: 11 (c. 45 min.)

Sinopse:
 
A história segue o neurocirurgião Minakata Jin, que passou os últimos dois anos em angústia, pelo falhanço da sua cirurgia à noiva, deixando-a num estado vegetativo. Um dia, enquanto Jin persegue um doente que tenta fugir do hospital, cai e quando acorda descobre que viajou para o ano 1862, no final da era Edo. Um samurai ataca-o, mas um jovem chamado Tachibana Kyotaro sava-o da morte certa.

Durante a luta o jovem sofre um ferimento na cabeça e Jin vê-se obrigado a salvar a vida dele, apesar das limitações que encontra a nível tecnológico e da oposição da mãe de Kyotaro que desconfia da medicina que Jin pratica. Mas a irmã do jovem samurai fica impressionada com Jin e mesmo contra  a vontade da mãe, torna-se assistente e seguidora do médico que uma noite apareceu com o irmão, e pratica uma forma fascinante de medicina.


Entretanto, Jin não desiste de tentar encontrar uma forma de regressar ao presente, para junto da sua noiva Miki...

Comentário:



Baseado no manga homónimo - JIN - este drama de 11 episódios leva-nos numa viagem pelo Japão, cerca 1862, no fim da Era Edo e no início do Bakumatsu. 

Osawa Takao (Goemon, Ichi) é Minakata Jin, um neurocirurgião a tentar aprender a viver sem a noiva, que devido a uma operação que o próprio orientou ficou em coma. Num golpe do destino, Jin é transportado do ano 2009 até à Edo (antigo nome de Tóquio) de 1862, aí usando os seus conhecimentos médicos salva um jovem samurai que lhe dá abrigo como sinal de gratidão.

A irmã desse samurai, Tachibana Saki (interpretada por Ayase Haruka - Ichi, Hotaru no Hikari) torna-se o seu braço direito e juntos transformam a medicina japonesa...


Um dos pontos positivos desta série é sem dúvida a química entre os protagonistas. Osawa e Ayase haviam já trabalhado juntos em Ichi e a química entre os dois dá uma nota emocional e de âncora ao viajante temporal Jin, que apesar de ainda tentar com as alterações que faz no passado aumentar as hipóteses de sucesso no tratamento da sua noiva em coma, lentamente converge para Saki ficando, mesmo de form inconsciente ligado a ela. 


Alterando o destino de Saki, também o destino de Jin é alterado. Regressar ao seu tempo deixa de ser um motivo de tensão e lágrimas e aceita o que lhe aconteceu, cumprindo o juramento de Hipócrates (criando penincilina antes do tempo, travando um surto de cólera e ajuda a combater a sífilis com tratamentos modernos usando o que dispõe) e vive no meio de personagens históricas como Sakamoto Ryoma de quem se torna amigo.

De uma forma inteligente e emotiva acompanhamos as dúvidas eticas e morais de um médico preso numa época em que a medicina é ainda muito rudimentar e muitos morrem de doenças e ferimentos que facilmente podem ser tratados pela medicina moderna. Jin deve ou não intervir e alterar destinos de pessoas que deveriam morrer naquele momento?






 Não dou a pontuação máxima (apesar de Jin ter sido a série do ano, arrecadando prémios para melhor actor e actriz principal, melhor actor secundário e melhor série de drama, entre outros), porque os primeiros episódios se focam em demasia os procedimentos médicos, tornando-se um pouco repetitivo e artificial. Jin não pode sair da casa Tachibana sem ninguém sofrer um acidente e ele salvar o dia. À parte disso, que ao fim de 4 episódios está praticamente ultrapassado e a acção passa a focar-se no conflito de Jin trazer para o passado as técnicas da medicina moderna e as relações com os que tanto lutam para o ajudar.

É um drama que aconselho a quem deseja passar um bom bocado numa Edo que já não existe...

Classificação: 8/10
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