Nome Original: Tae Wang san sin gi aka The Legend ou The Four Gods
País de Origem: Coreia do Sul
Ano de Estreia: 2007 (MBC)
Nº de Episódios: 24 + 2 Special (c.1h)
Sinopse:
Esta série retrata a vida do 19º rei de Goguryeo, Hwanwoong, enviado pelos céus para fazer do mundo um lugar melhor. Numa volta do destino, o Rei Celestial apaixona-se por uma mortal (Saeoh) e juntos concebem um filho. A sacerdotisa da tribo que anteriormente governava o mundo, e o mantinha em guerra para conquistar cada vez mais poder, mata o filho de Hwanwoong, provocando a quase destruição do Mundo pela raiva incendiária de Saeoh, a encarnação da Fénix.
Devastado pelo desgosto, o Rei Celestial abandona o Mundo à sua sorte, para recuperar com a ajuda dos seus quatro Guardiães Sagrados, profetizando o Regresso do Rei Jooshin, que irá fazer aquilo que não conseguiu, reunir os povos do Mundo, sob a bandeira da Paz.
Comentário:
Depois de Winter Sonata, The Legend faz claramente parte do pelotão da frente da “Korean Wave” que tomou o mundo de assalto a partir de 2002, e Bae Yong Joon é, sem sombra de dúvidas o seu Arauto.
Com um orçamento multimilionário de cerca de 45 mil milhões de won (c.30 milhões de euros), veteranos da indústria, estreias, efeitos especiais inéditos numa produção para a televisão Sul-coreana e a forma séria como o mito da fundação da Coreia é tratado, abordando os elementos fantásticos com respeito e rigor histórico.
The Legend, marca, o ponto de viragem para todas as séries Sul-coreanas, abrindo caminho para produções multimilionárias e com os olhos no mundo e na exportação. Passando de produtor de séries dúbias e dramáticas, muito ao jeito das telenovelas brasileiras (com histórias rebuscadas, baseadas em clichés típicos e paixões condenadas) para produções sérias, profissionais, com o propósito de espalhar a Cultura Coreana um pouco por todo o Mundo.
Temos portanto, à nossa frente, mais de 24 horas do melhor que a Coreia do Sul tem para oferecer em termos técnicos. Esta produção foi de tal forma bem sucedida que firmou a cadeia televisiva MBC, como líder nos dramas de época. Fez eclipsar uma carreira brilhante de Bae Yong Joon, que devido ao histerismo gerado à sua volta se mudou de armas e bagagens para o Japão, abandonando a carreira de actor, temporariamente, e lançou uma série de estreantes para o estrelato (Yoo Seung Ho (Príncipe Damdeok jovem) e Lee Ji-ah(criada na Califórnia e estreante no mundo da representação com The Legend).
Apesar de alguns deslizes na prestação de Bae Yong Joon e o pormenor de estar a interpretar um personagem quase 20 anos mais novo (nos primeiros episódios, pelo menos) e de isso dolorosamente se notar, não deixa de ser um trabalho marcante na longa carreira do veterano. Apesar de um elenco com uma série de veteranos (Kim Mi-kyeong- Shadowns in the Palace; Jang Hang-Seon – Ghost House, The Devil's Game; Gumiho's Revenge; só para enumerar alguns) é sem dúvida o carisma e o talento dele que conseguem segurar e levar a bom porto a mega-produção que nos últimos episódios atingiu uma cota de quase 40% dos espectadores sul-coreanos, e foi exibida nas televisões Japosesas com igual sucesso, sendo inclusivamente editado para uma saga de filmes a serem exibidos nos cinemas japoneses.
A Banda Sonora foi composta e dirigida por Joe Hisaishi, o génio por trás das bandas sonoras para Myizaki (Viagem de Chihiro, O Castelo Andante, Nausicäa), e uma vez mais deu provas do porquê de ser considerado um dos melhores maestros/compositores e também dos mais perfeccionistas, dentre todos os que produzem Bandas Sonoras para produções de cinema e televisão.
Os actores, as equipas técnicas e o corpo de directores, realizadores e argumentistas foram extensivamente premiados pelo trabalho desenvolvido durante os quase dois anos de produção de The Legend.
Melhor Episódio: 11
Classificação: 7/10
Nota: Artigo originalmente escrito e publicado no blog Bela Lugosi is Dead, onde colaborei durante uns tempos.