Já
lá vão mais de dois anos de kindle (quase três aninhos) e eu sem partilhar aqui como tem sido a
experiência. A culpa foi do vapor, do Byron, do winepunk e do meu regresso às lides académicas, como já aqui disse, mas agora
arregaço as mangas e lanço-me a analisar a minha escolha de ereader
(que puderam acompanhar passo-a-passo aqui neste meu cantinho) e como
tem sido.
Depois de um ano de poupanças e
meses de pesquisa para me decidir quanto ao modelo que melhor se adequaria às
minhas necessidades, lá comprei o Kindle 4 (o mais básico de todos
os modelos disponíveis na altura). Desde o momento em que o liguei
pela primeira vez e com algum fascínio vi os livros que havia
adquirido no site da Amazon a serem imediatamente sincronizados mal
configurei a rede wireless, até a este momento em que escrevo não
existiu um único segundo em que dissesse para os meu botões “Bolas,
não era nada disto que queria. Melhor, melhor era se... [inserir
funcionalidades e características]”
Um mês depois de ter o
kindle, tive um pequeno acidente e o ecrã estalou ficando com um
pequeno derrame no monitor (desconfio de um lápis que andava perdido na minha mala), tive um pequeno (grande) ataque de pânico e pensei bem lá
vou ter de trocar o kindle (e isso implicava enviá-lo à Amazon e possivelmente ficar sem ele até 90 dias úteis), mas em mais de dois anos de utilização para lá
de intensiva, a mancha não alastrou nem derramou, como é num local
em que não perturba a leitura desisti da troca.
Os 4Gb de
memória chegaram?
Então não, nunca tirei livros do meu
kindle desde que o comprei e estou sempre a colocar mais lá. Já
perdi a conta dos livritos que para lá estão e começo a pensar que
é altura de fazer uma limpeza e perder um tempinho a organizar as
minhas listas de livros para saber onde estão os meus
autores/géneros favoritos.
Deixei de comprar livros
físicos...
Mito. É um mito (e eu sabia mas bem, pronto, a
modos que até acreditei por segundos que sim, iria comprar menos
livros ^^).
Mudei foi de hábitos de compra/consumo, aqueles
livrinhos mass market paperbacks que costumava comprar 2/3 por mês,
deixei de o fazer e agora compro apenas para terminar um par de
séries que já tinha começado (Kresley Cole, J.R.Ward e Julia
Quinn).De resto passei a investir em livros melhores (ultimamente
tenho comprado a série Psy-Changelling da Nalini Singh e optei pelos
livros mais caros, com capas mais bonitas em vez dos Mass Market
Paperbacks) e que não “resultam” tão bem num ereader, graphic
novels e manga (finalmente posso terminar as minhas sagas de manga,
sem aumentar ao orçamento).
Com o meu regresso à Faculdade, o kindle tornou-se um parceiro indispensável para ler os apontamentos e sebentas, agora não preciso imprimir tudo tudo para conseguir estudar (o brilho dos ecrãs de computador são um dos grandes inimigos dos pobres olhos, e ler para mim é um suplício se tiver de o fazer muito tempo).
Mas vou ter de comprar ebooks
para utilizar o kindle.
Com os clássicos e freebies da
Amazon, Smashwords e plataformas de publicação de livros, comprei
muito poucos ebooks, sigo sites que enviam newsletters com os livros
gratuitos do dia/semana e vou gerindo assim a minha utilização do
kindle, há um par de meses consegui mesmo um livro do Neil Gaiman
completamente gratuito pela Amazon :D É mesmo uma questão de estar
atenta às promoções e lançamentos.
Existem ainda projectos
que se dedicam a editar e publicar livros clássicos de forma
gratuita (
Project Gutenberg (Obras em Domínio Público a nível global),
Projecto Adamastor (Obras portuguesas em Domínio Público), etc) e podemos assim usufruir de tudo
quanto desejarmos.
Mas não tem teclado.
Em dois anos
de uso nunca lhe senti a falta, para as poucas vezes que necessito de
utilizar o teclado virtual foi uma questão de hábito. Não, não é
tão prático, mas é um ereader não uma tablet. Eu vou ler com ela,
não tirar notas excessivamente longas nem fazer dissertações.
A
Internet.
Foi uma das surpresas agradáveis depois da compra.
Estava a contar com um
browser bastante limitado e com pouca
capacidade de resposta, mas através dele (ainda experimental
segundo a Amazon) podemos aceder a virtualmente todas as páginas de
internet (se bem que eu aconselho acederem as suas versões mobile –
p.e.
Goodreads,
Booklikes, Twitter, Gmail e Facebook – a navegação
é menos penosa se as usarmos) e para além de alguma lentidão
expectável e claro de estar tudo a preto e branco, para uma
utilização pontual o kindle dá uma resposta competente às
necessidades de quem enquanto lê, por vezes vai espreitar o seu
Twitter ou o email.
Concluindo...
Se
fosse hoje, compraria novamente este modelo e (re)faria o investimento
num ereader. Como dizia o Stephen Fry “da mesma forma que as escadas não
desapareceram com o aparecimento dos elevadores, também os livros
não irão desaparecer por causa dos ebooks”.
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