Wednesday 25 January 2012

Do Copyright...


Já rios de tinta foram derramados por causa das novas leis de copyright... milhões de posts foram publicados sobre o tema e eu como parte da web desde que me lembro (cerca de 12 anos para ser quase precisa) não podia deixar de partilhar a minha opinião enquanto user da world wide web e sobretudo enquanto consumidora (por vezes compulsiva) de tudo quanto é filme, série e música.

Não vou filosofar sobre o que pode acontecer, deve acontecer ou aconteceu... este post pretende ser acima de tudo um testemunho pessoal de alguém que cresceu com a massificação da web, com o proliferar dos downloads ilegais e agora vê as liberdades básicas tanto de autores/cantores/criadores como dos próprios consumidores serem violadas e esmagadas por grandes companhias cujo único objectivo é fazer ainda mais lucros... e que de forma obscena, opressiva e prepotente levam a cabo os seus planos sem pensar em mais nada além dos lucros!

Costumo dizer que nasci com um computador no colo, o meu primeiro computador foi um Mac II (sim, sou velha a esse ponto) cujos programas ainda funcionavam a partir das famosas e arcaicas floppy disks (disquettes com o dobro do tamanho daquelas que tinham 1,44 Mb e que demoravam imenso tempo a encher :P). Apenas quando cheguei ao secundário é que tive acesso à internet de forma regular, com os meus pais a instalarem uma ligação RDIS pela sapo e o resto, como se costuma dizer, é história! 

Sou blogger desde 2006, e tenho acompanhado a evolução das comunidades internáuticas com muita atenção... vi gente a fazer dinheiro com os downloads ilegais e a vender gravações manhosas para ganhar uns trocos e comecei a pensar no que se passava à minha volta. 

Desde o primeiro dia que vi os CD's de capas e proveniência manhosa e duvidosa que não concordei nem compactuei com isso, orgulho-me de nunca ter dado dinheiro a essas pessoas que tentaram ganhar dinheiro com o trabalho dos outros! E o único amigo que tentou montar esse negócio levou umas respostas bem tortas e olhares bem homicidas de cada vez que tentava impingir alguma coisa a alguém na minha presença! A sério, porquê vender coisas que estão disponíveis online para qualquer um?! Juro que nunca percebi aquelas mentes retorcidas...

Sim, eu faço downloads ilegais! E digo também que nunca na vida comprei tanto material legítimo na minha vida, basta irem ver o meu quarto, as minhas estantes e a minha conta bancária miserável! 

Claro que quando comecei a fazer este tipo de download, era uma jovem adolescente sem poder de compra, que só muito raramente lá conseguia impingir aos pais, um CD que gostou particularmente ou um filme que viu no computador mas, que até queria a edição XPTO que está à venda numa ou noutra loja. Mas mal comecei a trabalhar, a ter o meu próprio rendimento, foi o descalabro total!!

Eu sou mega fã de séries asiáticas, de filmes do outro lado do mundo e que nunca teria descoberto, nem conhecido não fossem os temíveis downloads ilegais! E agora anos depois de ter visto essas séries, vou à Amazon e todos os meses encomendo uma caixinha com goodies (geralmente uma série e um ou outro filme)... e dia não é dia em que não babe em frente à minha estante! :D~~

A desculpa esfarrapada e desfazada da realidade que quem faz downloads não adquire os conteúdos depois de forma legal, tendo em conta a minha experiência pessoal e dos meus amigos, conhecidos e familiares é, se me permitem meus senhores, RUBBISH!


Pure and simple bullshit, gentleman!

Como a imagem dos Suicide Bunnies demonstra, estas leis que as grandes corporações tanto lutam por aprovar e aplicar, são apenas uma forma elaborada de suicídio. Pois estas leis que eles pretendem aprovar são muito bonitas para artistas e labels grandes, mas lixa, trama e condena os pequeninos. Pois ao eliminar os sites de partilha, corta a circulação de informação e os consumidores deixam de ter capacidade de conhecer, explorar e apreciar algo diferente que se fossem a comprar para experimentar pensariam duas vezes e optariam por conteúdos conhecidos e mais mainstream.

4 comments:

  1. Por experiência, posso dizer que tenho a mesma 'relação' com conteúdos pirateados. Também eu compro mais hoje do que nunca e sempre que gosto de algo que vi/li ilegalmente, mais tarde ou mais cedo acabo por comprar. É bom para o consumidor que já sabe se aquilo vale a pena, mas será justo para os autores das obras?
    Por vezes penso que não, mas também é verdade que, por exemplo, se eu não lesse manga através de scanalations antes, dificilmente apostaria em comprar porque não saberia se valeria a pena ou não.

    Independente disso, não acho nada legítimo que meia dúzia de 'gatos pingados' americanos queiram 'censurar' a internet, como se fossem donos do mundo. Isso é reacção de pessoal inculto e desrespeitador da liberdade de expressão (embora por vezes algumas pessoas julguem que liberdade significa que podem fazer tudo o que lhes dá na gana e nesse caso não sei quem está mais errado, se os que abusam ou os que querem parar o abuso).

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  2. Parece-me que a questão da cópia surge mais com a imagem e o som do que com a palavra escrita - não é a mesma coisa ter o livro ou a cópia, exceção feita aos livros de estudo, que são indiferentes. Claro que já aparecem uma cópias pirateadas de algumas coisas na net, mas não têm muita expressão. Acho.
    De qualquer maneira,concordo que não é por existir esta possibilidade (quem não a aproveita?)que se deixou de comprar música ou filmes, ou de ir ao cinema. Quem aprecia, aprecia em todas as formas.

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    1. Por cá ainda não se pirateiam muito os livros, mas no estrangeiro sim porque os ebooks estão a ganhar cada vez mais terreno. Nos USA passas-se isso e no Brasil a pirataria de livros é muito vasta já há uns anos.

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